Diferenças entre Algodão Egípcio, Algodão Orgânico e Algodão Regular

A escolha disponível em tipos de tecido e fios de algodão para as roupas de cama e banho é extensa, complexa e, por vezes, até confusa. Que vantagens é que cada tipo de algodão traz? Existe algum tipo de algodão que seja indiscutivelmente melhor? Como é que cada tipo de algodão se diferencia em termos de caraterísticas, particularmente em maciez e durabilidade?

De forma a responder a estas e outras perguntas e elucidar mais concretamente sobre os tipos de algodão mais preponderantes, preparamos este artigo para abordar as diferenças entre algodão egípcio, algodão orgânico e algodão regular.

ALGODÃO EGÍPCIO

O termo “algodão egípcio” é, para muitos, sinónimo de algodão para produtos de luxo e de elevada qualidade, devido sobretudo ao seu comprimento, maciez e resistência. Estas caraterísticas, por sua vez, advêm do clima em que este algodão é cultivado: o clima egípcio, particularmente no delta do Nilo, apresenta as condições ideais para criar fibras extra-longas (em inglês, “extra-long staple” ou ELS), de maior durabilidade, suavidade e que permitem criar um tecido com maior contagem de fios. No entanto, apesar de ser essa a origem do termo “Algodão Egípcio”, este tipo de algodão não tem de vir necessariamente do Egipto, desde que o local de cultivo apresente o mesmo clima de deserto quente e seco.

Devido às caraterísticas já referidas da maciez, resistência e força provenientes das fibras extra-longas, e inclusive dado o facto de que algodão egípcio, se for bem cuidado ao longo dos anos, ficar mais macio com a idade mantendo a mesma resistência, o algodão egípcio é classificado como um produto de luxo e tem uma reputação inigualável. Aliás, o algodão egípcio corresponde a apenas 0,5% da produção mundial de algodão, aumentando ainda mais o seu estatuto de luxo e raridade.

Outras qualidades que o algodão egípcio apresenta são a sua pureza, o que implica menor probabilidade de alergias para peles sensíveis, e a sua capacidade excecional de absorver líquidos. No geral, o algodão egípcio destaca-se por todas as suas qualidades extremamente positivas, derivadas de um processo aprimorado e de um clima seletivo.

É importante ter em conta que, devido à sua reputação, o termo “algodão egípcio” é, muitas vezes, utilizado para se referir a tecidos fabricados no Egipto independentemente de apresentarem ou não as condições e qualidade a que nos referimos anteriormente. Como tal, é necessária uma atenção extra para verificar se realmente se trata de “algodão egípcio” com a qualidade que lhe é subjacente, ou se se refere apenas a algodão “fabricado no Egipto” que procura aproveitar-se dessa reputação. Para além disso, convém especificar que o algodão egípcio não deve ser confundido com algodão pima, outro tipo de algodão de fibras extra-longas que utiliza a mesma planta como base – gossypium barbadense – mas que foi cultivado e tratado num clima completamente distinto do clima árido que atribui ao algodão egípcio a sua qualidade excecional.

 

ALGODÃO ORGÂNICO

Algodão orgânico, muitas vezes também denominado “algodão natural”, diferencia-se por ser algodão cultivado organicamente, isto é, através de um processo com baixo impacto no ambiente, com base na seleção de plantas que não sejam geneticamente modificadas de qualquer forma e utilizando apenas processos naturais, sem recurso a qualquer tipo de fertilizante, pesticida ou outro produto químico.

As vantagens de algodão orgânico são claras comparativamente a algodão que seja cultivado com recurso a produtos químicos: trata-se de um algodão mais amigo do ambiente e que, por sua vez, é mais saudável e com menos propensidade para causar complicações como alergias, asma e inclusive complicações de saúde mais severas. Algodão não-orgânico é tratado intensamente com químicos e, consequentemente, perde muitas das suas caraterísticas naturais, pelo que o algodão orgânico apresenta uma textura mais macia e um tecido mais pesado, particularmente apelativo para produtos de lar na forma em que reflete e absorve a luz.

Como tal, o algodão orgânico é sempre recomendável, tanto pelo seu impacto menor no ambiente como na sua saúde e da sua família. Para bebés, em particular, é uma escolha essencial para preservar a sua saúde e prevenir alergias e outras complicações.

 

ALGODÃO REGULAR

Denominamos “algodão regular” todos os restantes tipos de algodão que não abordamos nas duas categorias anteriores, o que implica uma grande variedade de tipos de algodão com as suas caraterísticas particulares e derivados de plantas específicas. No entanto, comparados com algodão egípcio e algodão orgânico, podemos destacar uma variedade de diferenças.

Como explicamos anteriormente, o algodão egípcio destaca-se pela sua extrema qualidade, refletida na sua suavidade e resistência, e pela sua elevada contagem de fios no tecido. Comparativamente, a maior parte dos tipos de algodão não apresenta caraterísticas tão luxuosas, tendo menor durabilidade – a qual depende muito, também, do tipo de tratamento e cuidados que são feitos ao longo do tempo – e menor maciez. Por outro lado, algodão regular é mais comum do que algodão egípcio, o qual é mais raro e mais exclusivo.

Comparando algodão regular com algodão orgânico, reforçamos também as vantagens deste último em termos de saúde e do meio ambiente. O processo de tratamento e cultivo de algodão é tipicamente muito intensivo em termos químicos, o que implica não só uma maior pegada ambiental como também maior riscos de saúde. Para além disso, algodão regular é cultivado no mesmo solo, por muito gasto que esteja, repetidas vezes, e recorre à utilização de máquinas para ser colhido, caraterísticas combinadas que têm um elevado impacto em termos de puridade do tecido.

Apesar disso, o algodão regular é ainda assim uma boa opção, sendo ainda assim uma matéria-prima de qualidade. Simplesmente, o algodão egípcio é uma aposta no luxo e o algodão orgânico é uma aposta na consciência ambiental e no material orgânico, sendo o algodão regular a escolha certa para outras circunstâncias.

 

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